sábado, 9 de agosto de 2008

Arquitectura AS/400



O AS/400 utiliza um sistema operativo próprio, o OS/400, que funciona independente da tecnologia de hardware graças á existência de um “micro código” (SLIC – System Licensed Internal Code) que interage directamente com o hardware.

Assim o sistema operativo e as aplicações não interagem directamente com o hardware, mas sim com um interface conhecido como TIMI – Technology Independent Machine Interface , que se interliga com o micro código SLIC.

As vantagens, ficaram perfeitamente demonstradas quando foi alterada a tecnologia do AS/400 de CISC (Complex Instruction Set Computing) para RISC (Reduced Instruction Set Computing ) em 1995, sem a necessidade de se alterar ou recompilar qualquer programa, ao contrário do que aconteceu com outras arquitecturas.

Outra característica interessante é o facto das unidades de disco do sistema e a memória RAM serem vistas indistintamente como fazendo parte de um único e grande endereçamento, ou seja um armazenamento de nível único. Desta forma, a memória virtual estende-se a todo o espaço disponível de armazenamento da máquina, aumentando a sua capacidade.

Tal como acontece com o TIMI, o conceito de armazenamento de nível único significa independência relativamente às características dos dispositivos de hardware de armazenamento (discos, memória) residente no SLIC. Toda a memória é gerida automaticamente pelo sistema, sem qualquer intervenção do utilizador, sendo que os programas trabalham com objectos, e os objectos são acedidos através do seu nome e não pelo seu endereçamento.

O AS/400 é um sistema operativo baseado em Objectos. Tudo o que existe no sistema (Impressoras, ficheiros, programas, ecrans, terminais, etc) e que pode ser guardado ou obtido é um objecto. Um objecto é constituído por um conjunto de atributos, dos quais por enquanto destacamos o nome e o tipo de objecto que são utilizados para o seu importante processo de identificação.

Cada objecto tem características diferentes. Por exemplo, um programa é um objecto que contém instruções, enquanto um ficheiro /físico) é um objecto que contém dados.

O sistema de arquivos do OS/400 é uma base de dados integrada que como vimos contem objectos em vez de ficheiros de arquivo tradicional. O “Integrated File System” do AS/400 permite assim uma integração completa com ambientes baseados em PC (Windowss e Linux) e UNIX. Por exemplo, existe de base uma interface típica de sistemas de arquivos hierárquicos, compatível com os sistemas UNIX.

Com uma base de dados relacional profundamente interligada com o sistema, o seu código está dividido entre o micro código da máquina e o sistema operativo, tornado o DB2/400 uma base de dados de elevado desempenho, versátil e segura.

Por este motivo, cada vez mais o AS/400 é utilizado como servidor de base de dados “Backend”, para aplicações cliente/servidor.

Outra característica interessante do AS/400, é a elevada velocidade de interpretação e execução do código Java, pelo facto do “Java Virtual Machine” residir ao nível do iSeries Layer (TIMI).

Este ano a IBM anunciou o Power System, uma nova plataforma IBM baseada em processadores POWER6 muito mais poderosos, e utilizando uma nova tecnologia de virtualização exclusiva da IBM (PowerVM), baseada na experiencia adquirida nos ambientes mainframes.

Uma das principais características é o micro particionamento, que permite a consolidação num único sistema AS/400 de várias “boxes” isoladas, optimizando e simplificando arquitecturas complexas, e reduzindo os custos de aquisição, utilização e gestão.

O PowerVM permite o ajuste dinâmico das cargas de trabalho e seu desempenho, de forma manual ou automática, atendendo a prioridades que num ambiente de produção se encontram constantemente em alteração.

O LPAR-Logical Partitioning dinâmico , possibilita o ajustamento dos recursos de processamento e de armazenamento em servidores virtuais (LPArs), ao transferir por exemplo a capacidade de partições inactivas ou com pouca importância para partições de produção, que por vezes tem picos de processamento de transacções.

Por último, gostaria de destacar a segurança do sistema. No AS/400 existem vários níveis de segurança, que determinam o tipo de autoridade dada aos utilizadores, sendo o nível mais seguro o nível 50, que implementa o nível de Segurança C2, padrão estabelecido pela National Security Agency (NSA) como sendo suficientemente forte e confiável para proteger dados não classificados mas sensíveis.
(…)

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